terça-feira, 27 de outubro de 2015

Mãe aos 18 anos

Gente, to empolgada com o blog ...hehehehe

Achei esse textinho que fiz pra Fernanda (minha filha mais velha) quando ela completou 8 anos. Pra quem não sabe, fui mãe aos 18 anos e como toda adolescente tinha um milhão de dúvidas.. Sempre me emociono com esse texto, pois ele retrata bem tudo que passei naquela epoca.

 Espero que gostem!

 Mãe aos 18.

 Assim que descobri minha gravidez, fiquei dias pensando como seria a minha vida a partir daquele momento... Como seria ter uma criança sob minha responsabilidade? Tive medo, dor de barriga e crises de choro. Eu mal conseguia cuidar de mim, como faria pra criar uma criança? Não levava jeito nenhum com isso.
Os nove meses se passaram, passei mal, não dormia direito, engordei 27 kg e ainda não conseguia entender as mudanças que estavam acontecendo... Tive picos de alegria e de tristeza, e vários conflitos em minha cabeça de 18 anos.

Esperava ansiosamente o dia 21/12/2001 e tenho a impressão que ele demorou muito mais que nove meses pra chegar.

 Nesse dia, com 3.115kg e 48 cm nasceu o meu bebê, linda, rosada, pequena e muito indefesa. Foi o início de algo que não sei explicar. Senti alguma coisa muito estranha acontecer dentro de mim, era como se eu deixasse de ser menina e aos poucos me transformava em algo que ainda não conhecia.

Os dias se passaram, e minha transformação não parava de acontecer... Aprendi a dar banho, trocar fraldas, dormir pouco, me programar, identificar cada choro e cada pedido de colo. Aprendi a escolher legumes pra papinha, a importância da amamentação a gostar da cor rosa e carregar meu pacotinho pra todo lugar.

Comecei a me interessar por festinhas só pra planejar o aniversário de um ano e com a fase da escola aprendi novamente a somar e subtrair manualmente, aprendi a inventar historinhas, a prestar atenção nas censuras da TV, a gostar de filmes infantis, a cantar músicas da xuxa, e até achar graça em Teletubbies. Fiquei mais atenta com horários, pesquisei sobre natação, dança, judô, rinite, sinusite e vacinas. Ganhei uma série de preocupações, e essas acho que nunca mais irão embora.

Transformei-me em palhaça só pra ver um sorriso, me tornei assistente de médico por conhecer muito bem a paciente, aprendi a me controlar pra não desmaiar quando foi preciso tirar sangue, a não chorar ao ver um corte ocasionado por um tombo e não fazer careta mesmo sabendo que o remédio era ruim, pois sabia que seus olhos pequenos acompanhavam atentamente todos os meus gestos.

Às vezes eu tento medir o tamanho da minha mudança nesses oito anos, e logo percebo que é impossível calcular, pois a cada dia eu mudo e aprendo um pouquinho com ela.

Vibro com cada nota de prova, choro em todas as apresentações da escola, ouço pacientemente todos os seus segredos, faço companhia no show do cantor teen e assisto com prazer Hannah Montana, Feiticeiros de Waverly Place e Boa Sorte Charlie.

A cada dia das mães, quando vejo o esforço dela em me preparar uma homenagem especial, paro e relembro tudo isso, e me dou conta que todas as mudanças valeram muito a pena e com certeza, sem dúvida nenhuma, passaria por tudo isso quantas vezes fossem necessárias.

Eu acredito que muito mais que ensinar, eu aprendi e aprendo com minha pequenina. Seu jeitinho inocente e feliz de ver a vida me encanta e me faz a mulher mais feliz do mundo. Por isso, eu agradeço a Deus todos os dias por me conceder a benção de me tornar MÃE da Fernanda.

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